Em abril de 2004, cerca de 700 soldados americanos foram mortos no campo de batalha no Iraque, mas nunca foram vistas imagens dos mortos voltando para casa em caixões. O governo dos EUA proibiu as agências de notícias de fotografar tais cenas em 1991, argumentando que elas violavam a privacidade das famílias e a dignidade dos mortos.
Para os críticos, a política era simplesmente uma forma de sanear um conflito cada vez mais sangrento. Como empreiteira do governo trabalhando para uma empresa de carga no Kuwait, Tami Silicio ficou comovida com a carga cada vez mais humana que carregava e se sentiu compelida a compartilhar o que estava vendo. Em 7 de abril, Silicio usou sua Nikon Coolpix para fotografar mais de 20 caixões cobertos com bandeiras enquanto passavam pelo Kuwait a caminho da Base Aérea de Dover, em Delaware. Ela enviou a foto por e-mail para um amigo nos Estados Unidos, que a encaminhou para um editor de fotos do Seattle Times. Com a permissão de Silicio, o Times colocou a foto na primeira página em 18 de abril — e imediatamente desencadeou uma tempestade de fogo. Em poucos dias, Silicio foi demitida de seu emprego e um debate se alastrou sobre a ética da publicação das imagens.