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A Civilização Romana


a historia de roma
Reprodução


Origens de Roma: Lenda e História 


Roma se localiza às margens do rio Tibre, na região do Lácio, no centro ocidental da península da Itália. Foi provavelmente no seu início um local onde se reuniam mercadores etruscos e de outros povos. Existia, entretanto, na época de sua fundação, uma liga de cidades criadas para a defesa contra vizinhos aventureiros e agressores ousados. A capital dessa liga era Alba Longa. Conta a lenda que a filha de uma rei de Alba Longa, Réa Silva, concebeu dos deus da guerra , Marte, dois filhos gêmeos: Rômulo e Remo. Jogados ao Tibre, foram salvos e amamentados por uma loba. Provavelmente uma camponesa chamada Loupa ( Loba).


Adultos, Rômulo e Remo, convocaram os pastores para fundar uma cidade, cercada por sete colinas que contornavam a área escolhida para a futura capital do mundo, Roma. 


Fases da história de Roma 


Muitos historiadores acreditam que Roma surgiu de uma união de aldeias de agricultores e pastores latinos e sabino, um outro povo que habitava a região do Lácio. A fundação lendária da cidade data de 753 a.C, era a data utilizada pelos romanos como ponto de partida de seu calendário .A história de Roma pode ser dividida em três período: 


Período Monárquico (753-509 a.C): quando foi governado por sete reis, sucessivamente. O pouco que se sabe desse período é por meio de lendas, mas é provável que o número de réis tenha sido maior. Com certeza, os três últimos eram etruscos, o que atesta o domínio desse povo sobre Roma, influenciando-a profundamente. No século VI a.C., uma revolução republicana, liderada pelos patrícios, teve por objetivo pôr fim ao domínio  etrusco.


Período da República (509-27 a.C.): certamente o período mais significativo de sua história. Com  o fim da realeza, Roma passou a ser governada por dois Cônsules, eleitos anualmente. Foi a época das lutas sociais (patrícios x plebeus), da conquista da Itália e do mediterrâneo e das grandes transformações sociais e econômicas, que levaram à crise da república  e de seu desaparecimento. 


Período do Império ( 27a.C.-475 d.C): período em que o poder político se concentrou nas mãos do Príncipe, como oficialmente era chamado o imperador. Os dois primeiros séculos ( Alto Império) foram de grande progresso material e intelectual. Por outro lado, os dois últimos se caracterizam pela crise geral. Em 395 o império foi dividido administrativamente em duas partes: o império ocidental, de duração efêmera, que foi destruído pelos bárbaros em 476, e o império oriental, que sobreviveu até 1453, quando foi tomada pelos turcos.


Aspectos econômicos, políticos e sociais durante o período republicano


A sociedade romana republicana se dividia em: patrícios, plebeus e escravos. Os patrícios eram cidadãos livres, grandes proprietários de terras. Os plebeus constituíam pequenos proprietários e lavradores de terras públicas, além dos artesãos e também militares de baixa hierarquia. Boa parte dos escravos era constituída anteriormente de pequenos agricultores, que, endividados por más colheitas, perderam suas terras, as quais caíram nas mãos dos latifundiários , e passaram a ser escravos por dívida, o que se estendia a toda a sua família.


No fundo, internamente, era o regime do homem escravo em confronto com o rico dono de terras.


Politicamente, as principais instituições da república romana eram : 


Senado: uma assembleia de anciãos, romanos livres, da nobreza latifundiária. Geralmente chefes de famílias patrícias, com cargos vitalícios e amplos poderes, que preparavam as leis e decidiam todas as questões importantes da política externa e interna o estado


Assembleia popular:  era a assembleia da centúrias, em que cada centúria ( fileira de cem soldados) possuía um voto. Essa assembleia elegia os cônsules e votava as leis.


As magistraturas: como os cônsules, os magistrados mais importantes convocavam o senado, zelavam pela aplicação das leis e comandava o exército; os pretores, que aplicavam a justiça; os questores, que administravam as finanças públicas, os censores que promoviam o censo dos cidadãos e cuidavam da moralidade pública, e os edis, que eram encarregados do abastecimento e policiamento da cidade e dos jogos publicos. Em época de crise( interna ou externa), o senado substitui os cônsules por um ditador, pelo prazo máximo de seis meses, com plenos poderes.

 

 

Durante a época republicana, a plebe lutou por direitos políticos-sociais. Embora fosse a base de sustentação do estado romano, não possuía direitos. Era frequentemente chamada às armas, por causa das múltiplas guerras. Mas, embora roma fosse vitoriosa, a plebe era prejudicada, com a perda de suas propriedades  e pelo endividamento. Consciente de sua força, chegaram até a fazer greves. E conseguiram, no decorrer de mais de um século, atingir a categoria de cidadãos, equivalente a dos patrícios. Os principais direitos alcançados foram:  


a) Tribuno da plebe ( 496 a.C.): carga sacrossanto ( inviolável) escolhido pela plebe, tinha o direito de vetar as medidas do senado que fosse prejudiciais a ela;


b) Lei das dozes tábuas (450 a.C.): codificação da legislação costumeira. Foram fixadas em bronze os direitos privado, público, penal, processual e religioso. Foram a origem do Direito Romano Objetivo;


c) Lei Canuleia (445 a.C.): permissão para casamento entre patrícios e plebeus.


Entre 367 a.C. e 287 a.C., gradualmente, os plebeus conseguiram o direito de acesso a todas as magistraturas.


A Expansão Romana 


Como se vê, roma era algo no mundo, antes da chegada do cristianismo. Esse povo se governa a si mesmo, que ia a guerra unido como um só homem, esse povo que estava, sem dúvida alguma, dentro de círculo estreito de solidariedade, apresentava-se armado para dominar o mundo daqueles tempos, com imensa superioridade sobre qualquer outro que não apresentava condições de força dirigida, pensada, consentida nas proporções e condições dos romanos.


Após a conquista do Lácio, a Itália enfrentou o poder de Cartago, cidade mercantil localizada no norte da África, e que detinha a hegemonia marítima do mediterraneo ocidental. O choque entre os dois impérios foi inevitável. As guerras púnicas ( como os romanos chamavam os cartagineses) foram as mais importantes travadas pela cidade de roma. Elas podem ser divididas em três frases: 


Primeira guerra púnica ( 264 a.C.-241 a.C.) 


O primeiro encontro dos dois impérios inimigos deu-se no mar, onde a superioridade de cartaginesa parecia incontestável. Entretanto, surpreendentemente, os romanos foram os vencedores, por usarem navios de guerra mais poderosos do tempo, quinquerres,. Os romanos levaram a guerra ao território cartaginês após a destruição de outras frotas inimigas. Desembarcavam nos arredores de Cartago e em 241 a.C. derrotaram os cartagineses. A paz foi imposta, Cartago teve de abandonar a Sicília e pagar pesada indenização. Finda a primeira guerra, oresultado mais positivo era o domínio do mar, que passava de cartago para roma.


Segunda guerra púnica ( 218 a.C.-202 a.C.) 


Amílcar barca, rei cartaginês, estabeleceu-se na península ibérica, com a finalidade de ali organizar a guerra contra roma. Reuniu e disciplinou as diferentes nações ou tribos celtiberas, que viviam mais ou menos desordenadamente em toda a península da iberia. Fundou Cartagena e atacou Sgunto, cidade sob a proteção de roma. Esse ataque foi motivo da nova fase da guerra. Morto Amílcar, em um dos combates, substitui-o seu filho, o valoroso Aníbal Barca 


Dotado de um forte espírito de ofensiva, Aníbal, com 26 anos, organizou um exército de 60 mil homens e marchou, através dos Pirineus e dos Alpes, para atacar roma por terra. Seu exército conseguiu atravessar os desfiladeiros, mas chegou bastante reduzido em números na planície do Pó, no norte da Itália.Durante 15 anos Anibal permaneceu na Itália, combatendo.  


Nos encontros, os romanos sofreram sérias perdas, sendo suas tropas quase que inteiramente aniquiladas. Aníbal, todavia, não aproveitou as vitórias, e julgou perigoso atacar roma entrincheirada atrás de suas muralhas. Marchou ao redor, tentando a aliança de colônias romanas, mas nada conseguiu; eram fiéis a roma. Então o senado nomeou um ditador, na pessoa de Fábio Máximo, com poderes, para enfrentar o inimigo.


 O comandante cartaginês retirou as suas tropas e teve de embarcar para Cartago, que o chamava às pressas, pois os romanos haviam desembarcado no seu território. Numa batalha sangrenta em Zama , 2002 a.C., os cartagineses foram derrotados. 


Cartago renunciava a seus direitos sobre a ibéria e as ilhas do mediterraneo , e roma com a posse de toda a bacia ocidental desse mar. 


Terceira Guerra púnica ( 149 a.C,-146 a.C.) 


Cartago se refazia com extrema e inesperada rapidez dos efeitos das derrotas passadas. Mas roma estava disposta a permitir a existência de rivais. Enriquecida com as guerras, havia nascido ali  uma nova classe, a dos grandes comerciantes ( principalmente de escravos) e dos proprietários de terras abandonadas e vendidas a preços baixos pequenos agricultores empobrecidos no serviço de guerra. A Sicília e outras regiões bastavam para alimentar roma com seu trigo.


Cartago desfrutava de uma localização privilegiada no mediterrraneo, e por isso mesmo nascia de suas ruínas com uma facilidade incrível. Era preciso destruí-la. Os romanos iniciaram a terceira guerra púnica, a última.


Os romanos cercaram Cartago, que não se rendia e resistiu por quatro anos. Só se considerou conquista quando sua imensa população - 700 mil pessoas - ficou reduzida a 50 mil, em boa parte por causa de subnutrição e doenças .Durante 17 dias durante o saque e o incêndio. A cidade foi arrasada.


A crise da república e a implantação do Império: 


As guerras púnicas marcaram a vida romana. "Antes e depois delas", dizia-se , e escreveram vários historiadores. Antes delas, os ambiciosos e demagogos cortejavam o povo, os plebeus; depois, delas a cortejar as legiões. 


Com as consequências, os pequenos proprietários agrícolas na Itália foram grandemente prejudicados pela facilidade de importação, especialmente o trigo do Egito. Ademais, não mais conseguiram concorrer os grandes proprietários de terras. Para agravar ainda mais a situação da plebe, a mão de obra escrava, produto das conquistas, tornou-se muito vantajosa. Numa tentativa de solucionar os problemas, notabilizaram-se os irmãos Graco ( Tibério e Caio), que entre 133 e 123 a.C, embora Patrícios, foram eleitores tribunos da plebe. Propuseram leis de reforma agrária, que encontraram resistência entre os Patrícios. A morte violenta de ambos adiou, por mais de um século, a solução da crise. 


A crise social e a crescente importância do exército provocaram um período de grande instabilidade política na República.  Dois grupos disputavam o poder : a antiga aristocracia Patrícia, chefiada pelo general Sila, apoiado pelo senado ; e os novos ricos "cavaleiros" , que tinham no general Mário, de origem plebéia, o seu líder. Durante quase três décadas ( 107 a 79 a.C.) revezaram-se no poder, desgastando as instituições Republicanas. Era evidente que cada vez mais o exército era o verdadeiro poder. 


E o vazio político, devido à perda de autoridade do senado, foi surpreendido por ditadores triunviratos. O primeiro deles, formado em 60 a.C., era constituído pelos generais Crasso , Pompeu e Júlio César. Este último acabou por prevalecer, tornando-se durante vários anos ditador. 


A anarquia dominava. Outros grandes chefes apareceram, entretanto a ideia que se desenvolvia era a de restaurar a ordem sob a autoridade de um homem só, não importando se fosse imperador ou tribuno, desde que acabasse com aquela situação que ameaça Roma nos seus próprios fundamentos. Quando tudo levava a crer que César seria transformado em imperador, uma conspiração aristocrática republicana o assassinou em pleno senado (44 a.C.)


Com a morte de César, formou-se o 2° triunvirato ( 43 a.C.), de que faziam parte Lépido, Marco Antônio e Otaviano. Circunstancialmente aliados, logo Lépido, o elemento fraco, foi afastado. A rivalidade entre os dois restantes eclodiu. Derrotado, Marco Antônio e sua amante Cleópatra cometeram suicídio ( 31 a.C.) . O senado, absolutamente enfraquecido, delegou a Otávio toda a autoridade. Nascia, de fato, o império, em 27 a.C.


O Império Romano


Didaticamente, pode ser dividido em dois períodos: 


Alto Império ( século I e II): época do apagou Romano, de sua maior expansão territorial, da Pax Romana, com as fronteiras bem guarnecidas. A concentração de riqueza, o alto padrão de vida e poder de compra pelos romanos, a excepcional qualidade das estradas romanas, bem como segurança nas navegações marítimas, pelo desaparecimento da pirataria no mediterrâneo, estimulam muito a produção interna e as importações do oriente, principalmente artigos de luxo. Ainda que a custa de uma balança comercial deficitária. Foi o período de notável produção cultural, com destaque para a arquitetura e a literatura. 


Baixo Império romano ( séculos III e IV): época de crises, de declínios. Esgotou-se a capacidade de ofensiva romana, não havia mais possibilidade de ampliar o domínio territorial e, consequentemente, a incorporação de mão de obra escrava para repor as perdas. Seus preços aumentaram, os investimentos cessaram e a produção declinou. O estado passou a arrecadar menos , e o exército, vivia dos saques dos territórios conquistados e de tesouros romanos, revelava sua insatisfação, interferindo frequentemente no poder. Foi a "anarquia militar", com 21 imperadores entre 235 e 268, dos quais apenas um não teve morte violenta.



Declínio e desaparecimento do império ocidental 


O império se tornara uma monarquia tipicamente oriental, com todo o luxo tradicional e com o imperador divinizado. Roma desceu de categoria e passou a ser uma simples capital de província. No ano de 395, com o império sofrendo as invasões bárbaras e também as grandes migrações internas, especialmente da cidade para campo ( ruralização), ele foi dividido administrativamente: o império do oriente, mais tarde denominado bizantino ( derivado de bizâncio , primitiva denominação de constantinopla, sua capital); e do Ocidente, cuja capital temporariamente ficou sendo roma.


Mas a capital principal era Constantinopla, justificada de diversos modos : a parte ocidental via diminuir sua população pelas doenças e febres, e suas receitas, não compensadas pela taxação excessiva. Política e militarmente, a mudança se justifica ainda mais, pela ameaça cada vez maior dos povos nômades. O império do oriente estendeu-se até 1453, com a queda de Constantinopla, tomada pelos turcos.

O império do ocidente sobreviveu apenas oito décadas, sob o ataque dos povos nômades, extinguindo-se em 476 .


As invasões dos povos bárbaros 


Os povos nômades, mais conhecidos como barbeiros, iniciaram suas incursões violentas no século IV. Os visigodos, que eram os godos do ocidente, marcharam sobre Constantinopla. Os romanos, premidos pela avalanche visigoda, não tiveram tempo de esperar a chegada de reforços e ofereceram combatente aos invasores nas planícies em redor de Adrianópolis, mas foram batidos. 


Essa vitória dos bárbaros – no ano de 373 – teve uma enorme importância, pois foi por ela que os visigodos ficaram sabendo que eram capazes de derrotar as poderosas legiões romanas em batalhas travadas em campo raso. Deslocaram-se para a Itália, logo em seguida a deixaram, acampando por longos anos no sul da Gália. Finalmente, rumaram para a península ibérica, fundando seu reino, que durou três séculos ,e só foi batido pelos árabes mulcumanos do norte da África.


Outros povos como os hunos, vândalos e os burguinhões apareceram. Estes últimos acabaram fixando-se na região que tomou seu nome – a borgonha –, hoje província francesa, e acabaram sendo dominados pelos francos, ocupantes do norte do país.


A maioria desses povos provinha das regiões do norte europeu. Eram tribos germânicas, que buscavam uma região de menos rude.


Mas, a “grande invasão” foi obra dos vândalos, em direção à Espanha, atravessando a gália, onde encontraram os francos, que eram guerreiros destemidos e bem organizados para a luta. Os vândalos desceram até a região sul da península ibérica e deslocaram-se para o norte da África. Muitos adotaram, com o mar à vista, a pirataria como meio de vida e ocuparam as ilhas da bacia ocidental do mediterrâneo, as Baleares, a Sicília e a Córsega. 


Com todo esse fluxo de invasões, a ibérica tornou-se terra de profundo cruzamento etnico, com a contribuição, além dos romanos, e visigodos, iberos, celtas, alanos e suevos, estes últimos localizados em terras do norte de Portugal  e da galícia espanhola. Os visigodos predominaram, de sorte que toda a península ibérica constituiu-se num só estado, unificado. Essa união, todavia, durou pouco e foi desmantelada pelos árabes , no século VIII, quando começaram as invasões e a posse de terras que duraria muitos séculos. 






Aprofundamento de Estudo :


Livros


FERREIRA, Olavo Leonel. Visita a Roma Antiga. Ed.Moderna 

FORMAN, Joan. Os romanos.Ed.Melhoramentos 

CORASSIN,Maria Luíza. Sociedade e política em Roma. Ed. Atual

FEIJÓ, Martin Cezar. Roma Antiga. Ed.Ática.

FUNARI,Pedro Paulo de Abreu. Imperio e familia em Roma. Ed. Atual

MACHADO, Carlos A. Ribeiro. Roma e seu Império. Ed. Saraiva