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De Mulheres Guerreiras do Marañón às Lendárias Amazonas.



Mawé com coifa: Carlos Fausto.In Manuel Carneiro da Cunha(org).obra, 1992,p.398-E

"(...) O capitão interrogou o índio que capturou (...)/. O capitão perguntou que mulheres eram aquelas que tenham lhe ajudado a nos atacar. O índio disse que eram mulheres que residiam a sete jornadas da costa . O capitão pregou se essas mulheres eram casadas ; o índio disse que não . O capitão perguntou de que modo vivem; o índio respondeu que como disse, viviam no interior e que ele fora muitas vezes lá e viu seus constumes e moradias, o qual na condição de vassalo ia levar tributos quando seu chefe mandava. Capitão perguntou se havia muitas mulheres: o índio disse que sim e que ele conhecia o nome de setena aldeias e enumerou-as diante dos que li estavam e que em algumas  havia estado. O capitão lhe disse se estas aldeias eram de palha, o índio respondeu que não, mas eram de pedras e com portas, e que uma aldeia à outra havia  estradas cercadas e certos pontos com guardas, porque ninguém podia passar sem pagar impostos. O capitão pregou se as mulheres pariam; o índio respondeu que sim. O capitão perguntou, como não sendo casadas nem morando homens com elas podiam engravidar; o índio disse que essas índias se encontravam às vezes com índios. Quando tinham vontade se reuniam para guerra contra um grande chefe que reside e tem sua terra próxima à dessas mulheres e os trazem à força para ficar com eles o tempo que desejam. Depois que ficarem grávidas os enviam de volta sem lhes fazer mal. Mais tarde quando chega o tempo de parir se forem meninos, matam e enviam ao pai e se forem meninas as criam com muito orgulho e ensinam a arte da guerra. Disse ainda que entre essas mulheres há uma da qual as outras são súbitas ficando sobre suas jurisdição e que ela se chama conhori. Disse que possuem grande riqueza em ouro e prata dos quais são constituídos os pertences das chefes principais,  enquanto as mulheres plebeias possuem vasilhas de madeira, a não ser as que vão ao fogo, que são de barro.  Contou que na capital e principal cidade na qual reside a chefe, há cinco casas muitos grandes que são templos dedicados ao sol, chamadas por elas dê coronais. No interior desses  templos existem assoalhos que vão até o meio  enquanto o tetos expressos são repletos de pinturas coloridas havendo também muitos ídolos de ouro e prata com figuras de mulheres além de objetos de ouro e prata para servir o sol. Elas se vestem com roupa de lã fina, provindas de ovelhas oriundas do Peru. Essas roupa e formada por mantas operadas dos peitos para baixo, com o busto descoberto, tendo ainda um pano na frente preso aos cordões . Cabelo e solto até o chão e tem coroas de ouro na cabeça na largura de dois dedos. Disse ainda que nessa terra, segundo entendemos há camelôs que as carregam, disse que há outro animais, mas não conseguimos entender, eles são do tamanho de cavalos com pelos enormes e patas fendida, ficam presos e são poucos.  Contou que na terra há duas lagoas de água salgada, da qual retiram o sal. Elas tem uma ordem que não permite índio macho ficar nas suas cidades e nas suas terras depois do por do sol. Elas dominam muitas províncias próximas obrigando-as a pagar tributos e prestar serviços se estão em guerra com outras, particular a que já descrevemos como, da qual trazem os índios para ter relações. Disse que esses índios  são grandes e brancos e suas aldeias populosas. Tudo que contou ele viu nas suas idas e vindas. O que esse índio nos contou já tínhamos ouvido falar há seis léguas de quito, pois todos sabiam da existência dessas mulheres os índios desciam 1400 léguas rio abaixo só para vê-las. Eles falaram também que os que resolveram procurar a terra dessas mulheres saíram moços e voltaram velhos. Contou que a terra era fria e havia pouca lenha, mas muita comida, além de coisas as quais vão se descobrindo a cada dia, porque é um índio sábio e inteligente, como são outros daquela terra".





Relato Extraído do Livro:HISTÓRIA DO AMAZONAS. 1º série, ensino médio.FRANCISCO  JORGE DOS SANTOS.-1.ed.- Rio de Janeiro: MEMVAVMEN,2010. Páginas 35-36.